Museu Mineiro
Museu Mineiro recebe a exposição “Inconfissão”

Museu Mineiro recebe a exposição “Inconfissão”

A mostra Inconfissão, nova exposição de Rosângela Dorazio,  ficará em exibição na Sala de Exposições Temporárias II do Museu Mineiro em Belo Horizonte, até o  28 de abril de 2019, com entrada gratuita.

A artista já participou de várias mostras coletivas e individuais, no Brasil e no exterior, mas essa é a primeira vez que exibe seus trabalhos em Belo Horizonte, cidade em que viveu entre 1979 e 1984, depois de deixar sua cidade natal, Araguari. Rosângela morou também na Espanha e na Alemanha, antes de se radicar em São Paulo, onde desenvolve consistente trabalho artístico.

O processo criativo da artista começa com o registro fotográfico de paisagens sobre as quais interfere com goivas e buris, atacando com o corte o que ali existia. Ela cria imagens para serem desfeitas e transforma a fotografia e a gravura em peça única. Também desenha árvores originárias da flora nacional com nanquim e depois as mancha com café, apagando parte da representação existente. Ao desmanchar o que foi previamente elaborado visualmente, a artista explicita a ação do tempo, deixando claro que tudo que agora está aqui, um dia não estará. Na mostra temporária do Museu Mineiro serão exibidos 11 desenhos, um trabalho em fotografia de grande dimensão, uma instalação e uma projeção em vídeo.

Para Rafael Perpétuo, coordenador do Museu Mineiro: “o gesto de Rosângela Dorazio, no doce movimento do afiado instrumento, violenta e atormenta aquela paisagem estática, dando a ela, nova visualidade carregada do gestual. A artista pinta com o corte seco e tortuoso sobre a superfície, anulando ou descartando, a imagem que ali estava entediada… Também corta, interfere, transforma a matéria de forma indelével, a matar o que deve ser descartado. Porém, Rosângela está além, é para sacrificar a fatura que os mais puros consideram pronta, em prol do risco.”

Para a artista: “Inconfisão junta as palavras inconfidência, relacionada à traição, com confissão, algo que depende de confiança. Juntei estas palavras sagradas no imaginário mineiro para me reconciliar com as minhas origens… Passei um longo período de quase 30 anos sem retornar à Belo Horizonte. Durante muitos anos tive sonhos recorrentes com o Parque Municipal, com as cores e a  paisagem dali. Para a exposição do Museu Mineiro fotografei o local para fazer um grande painel que foi cortado pelos instrumentos de gravura e desenhei árvores do mesmo lugar, borradas pelo café.  No centro da sala, em uma caixa de goiabada, coloco o peso do meu coração, da terra tirada da casa onde nasci. Falo de questões agrárias, da parte que me cabe, do exílio voluntário, das memórias e dos afetos. São reflexões sobre a vida, a morte, as transformações que executamos em relação a nós e à natureza. Acolho no interior da arquitetura, a fauna que foi atacada pelo corte e pelo líquido.”

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Rosângela Dorazio (Araguari-MG, 1963) reside e trabalha em São Paulo. Em 1997, se formou em Artes Plásticas pela FAAP – Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo. Participou de exposições Individuais e projetos especiais como: Pontos de Vista (2017, Gaby Índio da Costa Arte Contemporânea, RJ); Paisagem, Natureza Morta e Retrato (2015, Galeria Rabieh, SP);  Residência artística na Floresta Nacional de Ipanema (2015); Estudos, Esboços e Ensaios Poéticos Sobre Arquitetura e Territórios Afins (2014, Galeria Carbono, SP); O Que Sobra (2013, Galeria Lourdina Jean Rabieh, SP); Escalavro e Entorno (2012, SESC, Casa Amarela, Recife); E Já Não Está (2012, Gravura Brasileira, SP); Pelas Paredes (2009, D-Concept Escritório de Arte, SP);  Pintura Sobre Mala Direta (2009, Sala Recife, PE);  2 Mostras do Programa de Exposições (2005, Centro Cultural São Paulo), Ausentes (2004, Galeria Virgílio, SP); Projeto Out Door (1997, Galeria Luisa Strina, SP). Ganhou prêmios de residência artística Floresta nacional de Ipanema (2015), Ocupação do Teatro Pollytheama (2013), II Concurso Itamaraty De Arte Contemporânea (2012), 28a Anual da FAAP – Bolsa de estudos (1996). Possui obras em Coleções Públicas como: MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, ICPNA – Instituto Peruano Norteamericano, Pontifícia Universidade Católica del Peru, MAC Americana, MAC Dragão do Mar de Fortaleza, SESC Paulista e MACS – Museu de Arte Contemporânea de Sorocaba. Participou de 18 exposições coletivas no Brasil, Peru e Alemanha.

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