Museu Mineiro
Museu Mineiro recebe a mostra “De ter vivido por um fio ao redor do mundo”

Museu Mineiro recebe a mostra “De ter vivido por um fio ao redor do mundo”

Exposição integra as atividades do Projeto Arte Loucura do Circuito Liberdade durante a 15ª Semana de Museus

A 15ª Semana de Museus traz um tema provocador ao propor “Museus e histórias controversas: dizer o indizível em museus”. Em consonância ao tema e à dupla oportunidade do dia 18 de maio, dia Internacional dos Museus e dia Nacional da Luta Antimanicomial, os espaços do Circuito Liberdade recebem uma programação completa em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, IEPHA e Prefeitura de Belo Horizonte. Trata-se do projeto Arte e Loucura do Circuito Liberdade, cuja abertura aconteceu na quinta-feira, 11 de maio, às 19h, no Museu Mineiro (Avenida João Pinheiro, 342). Na ocasião o público apreciou  a apresentação do show da banda Block Loki. Toda a programação é gratuita. A abertura contará com a presença de autoridades municipais e estaduais.

O Museu Mineiro acolhe, a partir do dia 12 de maio, a mostra “De ter vivido por um fio ao redor do mundo” que exibe pela primeira vez uma seleção de obras produzidas nas oficinas de arte dos Centros de Convivência da Política de Saúde Mental de Belo Horizonte e, em diálogo com a mostra, o Programa Educativo convida os artistas participantes a ministrarem oficinas para o público visitante. São desenhos, pinturas, bordados, cerâmicas, mosaicos e vídeos. Uma oportunidade de conhecer as controvérsias da história, o protagonismo dos portadores de sofrimento mental, a beleza das conquistas e a delicadeza de suas obras.

A exposição e os encontros com os artistas têm por objetivo levantar questões sobre uma cidade que nos anos 80 ainda experienciava um cenário manicomial, privando os sujeitos portadores de sofrimento mental de seu próprio território, sua história, sua identidade, sua cidadania. Hoje, vividas as reformas psiquiátricas, podemos vislumbrar um trabalho e resistência sensível que busca o caminho oposto de outrora: aproximar, apropriar, conviver, criar, reinventar, viver. A presença dos Centros de Convivência nos espaços formais da arte reforça, para além do indizível do sofrimento, a obra e seus sujeitos-criadores, sujeitos e histórias que marcaram a reforma psiquiátrica.

A exposição no Museu Mineiro é bastante significativa. Há 20 anos, o museu recebeu a exposição “O olho pesca” com uma seleção da produção dos artistas dos Centros de Convivência. Tratava-se da primeira exposição de artes visuais realizada por uma rede de atenção que ainda ensaiava seus primeiros passos. O retorno ao mesmo museu, com uma nova exposição, não só se apresenta como uma excelente oportunidade para celebração do caminho percorrido e das conquistas obtidas ao longo deste percurso, mas também para reafirmar, junto à comunidade, a capacidade do portador de sofrimento mental em participar ativamente da vida em sociedade, e demonstrar o potencial do trabalho que é desenvolvido, principalmente, no campo da arte.

A mostra “De ter vivido por um fio ao redor do mundo”, tem entrada gratuita e ficará em exibição na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Mineiro até o dia 9 de julho de 2017.

Os encontros com os artistas acontecem as terças e quintas-feiras, de 14h às 16h, de 23 de maio a 30 de junho. Para mais informações entrar em contato pelo telefone (31) 3269-1103.

“Arte e loucura no Circuito Liberdade” é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, com parceria do Circuito Liberdade, IEPHA e Secretaria de Cultura do Estado de Minas Gerais.

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